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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Um Ano depois...



 Um ano depois! - O que eu ganhei, o que eu perdi
Nem dá pra acreditar que já se passou um ano desde o dia que recebi o diagnóstico de TDAH!

Ou o tempo passa realmente rápido ou eu comecei a viver mais rapidamente que nunca.

Hiperatividade sempre foi meu segundo nome, mas o cansaço e o abatimento que me paralizava quase sempre, agora esta cada dia mais longe.


Não foi fácil aceitar o TDAH. Ainda não é fácil.


Muitas vezes aceitei a limitação com bastante revolta e indignação. Dizia pra mim mesmo que algumas coisas não eram pra mim e desistia logo de cara. Afinal o diagnóstico nos dá uma nova desculpa pra não enfrentar o problema de frente. Logo percebi que a informação e a medicação são as melhores armas contra o preconceito, principalmente o nosso próprio preconceito já que convencer os outros da importância do conhecimento e da aceitação num é tarefa pra uma andorinha só.


Paralelamente ao tratamento do TDAH, tratei minha ansiedade crônica e minhas fobias também com medicação, o que gerou muita polêmica entre os mais chegados. É impressionante como existe um preconceito imenso contra a medicação aplicada em problemas mentais. Talvez porque não seja visível, não seja palpável, mas a não ser que você comece a arrancar a roupa na rua e gritar que é Napoleão Bonaparte, todo mundo vai achar que seu problema não é grande o bastante pra isso.


No meu caso a medicação foi um bálsamo, um alívio imenso pra quem já não conseguia dirigir, ir ao banco sozinha ou ao mercado. Se você vive um problema como esse saiba que não, não é apenas uma fase, nem vai passar com um pouco de descanso, você precisa de tratamento médico sério e, porque não, medicação. Algumas pessoas realmente reagem bem à terapia e à alguns processos de auto ajuda. Não foi meu caso e não me arrependo de ter buscado ajuda para o pânico e o desequilíbrio na ansiedade no consultório médico.


Finalmente, mas não de maneira fácil e tranquila, acabei ficando somente com o medicamento só para ao TDAH, numa dosagem bem pequena que posso manipular o consumo de acordo com minhas necessidades. Mais de manhã quando preciso me concentrar em algo, ou mais depois do almoço quando tenho compromissos profissionais que me exigem grande organização. Essa liberdade me dá grande segurança e confiança que estarei apta pra concluir qualquer projeto que tenha em mente, pelo menos os menores e mais corriqueiros.


Tomar o estimulante me fez descobrir o artesanato e a cozinha como grandes terapias. Jamais conseguiria seguir uma receita de bolo sem me atrapalhar, esquecer alguma coisa ou me irritar com a minha incapacidade de organizar os ingredientes sobre a mesa. Ainda não é a coisa mais fácil do mundo, tenho que confessar isso. Há dias em que parece que o Tico não encontra o Teco, como gosto de brincar, e num sai nada como eu gostaria, mas reencontrei o prazer nesses pequenos movimentos pelo mundo da criação.


Sei que preocupações e situações limites ainda me tiram do eixo.


Com medicação ou sem, não há remédio nenhum que me traga de volta ao planeta terra quando algo ou alguém toma meus pensamentos de sopetão. Costumo dizer que o que para alguns é apenas um acontecimento corriqueiro, pra mim pode ser um sequestro!

E isso ainda me paralisa, ainda me faz perder o rumo e esquecer as coisas mais bobas e simples do dia a dia. Fico fora do ar, literalmente.

Não, não é uma situação como a que todos vivem, antes que você digam isso. Uma pessoa que sofre com o TDAH, num dia desses pode pedir demissão, fugir de casa ou romper com alguém muito querido. Imagina isso acontecendo toda a semana! Ter TDAH e não se conhecer é viver assim, numa montanha russa sentimental.


Outra grande descoberta que fiz a meu respeito é que materializo todos os meus problemas e sofrimentos rapidamente em pequenas doenças, indisposições e mal estares, prejudicando meu dia a dia e minha saúde geral.

Um briga, dor de estômago. Uma fechada no trânsito, enxaqueca. Uma confusão com amigos, gripe brava.

Isso num tem nada a ver com o TDAH, mais sim com o meu comportamento impulsivo e dramático, esses sim agravados pelo transtorno.

Tá tudo meio relacionado, dá pra perceber?

Tento hoje o máximo possível me poupar de pequenas confusões e dores de cabeça inúteis e tenho me armado com exercícios, meditações e orações para voltar ao meu eixo antes que o organismo se prejudique com o incidente. Se alguma coisa me chateia demais, por mais bobo que possa parecer a situação, boto pra fora o que estou sentindo o quanto antes pra tentar não "arquivar' aquilo da forma errada.


Fico super chateada por não conseguir ainda coragem para entrar numa faculdade, por exemplo, ou voltar a empreender algum negócio com seriedade e ambição. Prefiro continuar numa zona de conforto e segurança ao invés de me aventurar muito longe. Acho que vou readquirir a confiança em mim mesma, perdida (ou jamais encontrada?) aos poucos, não tenho pressa. Não quero atropelar os passos e me frustrar de novo. Aliás, frustração vira o grande fantasma na vida de alguém que sofre com o TDAH.

Uma pequena visita ao mercado pode gerar um frustação enorme se as expectativas não forem bem avaliadas. Eu mesma já fui ao mercado 6 dias seguidos para comprar um achocolatado e não consegui lembrar disso em nenhuma de minhas visitas. Trazia de tudo, fiz lista, anotei no verso da mão, mas nada funcionou. Se vc num tem auto conhecimento pira de ódio numa dessas!


Enfim, todo dia é dia de se conhecer melhor, e a informação é muito maior hoje em dia do que décadas atrás. Vejamos pelo lado positivo, hoje conseguimos ao menos levantar polêmica sobre o assunto, antes nem isso conseguiríamos.


Que venham novas gerações, com TDAH ou não. Se pelo menos alguns de nós não cresçam ouvindo que são mais burros ou mais atrapalhados que os outros, já estamos em vantagem.

Sigo este Blog e Acho muito bom
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