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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

TDAH Ou Desatenção?







Antigamente, dizia-se que as pessoas com TDAH eram desatentas, mas hoje já se sabe que é o contrário: elas hiperfocam, pegam alguma coisa e ficam horas entretidas com aquilo. Além disso, têm dificuldade de entrar e, depois, de sair de alguma atividade. Então, não é que elas não tenham uma falta de atenção; o que acontece é que essa atenção é inconsistente, ou seja, essas pessoas têm dificuldade em selecionar um estímulo. Se selecionam, daí têm dificuldade em mudar de estímulo. Existe uma dificuldade para fazer esse vai-e-vem. Imagine a seguinte situação: duas pessoas estão conversando e toca o telefone; uma delas pára, atende e depois volta ao assunto normalmente. Para quem tem TDAH, isso é muito difícil porque, depois que muda de foco, não consegue retornar sem um grande esforço. Então, o que essas pessoas não têm, na verdade, é a atenção voluntária; e já foi provado, por meio de ressonâncias magnéticas, que isso é biológico e que existe uma forma muito peculiar em como a informação é transmitida no cérebro e que justifica o fato de elas não conseguirem voltar com facilidade. É necessário o atendimento psicopedagógico e, em alguns casos, também o uso de medicamentos. A atenção dessas pessoas é inconstante. Aquela criança que nunca pára tem uma cabecinha que também não pára e, então, ela acaba sempre ficando extremamente esgotada, estressada. E é claro que alguém que está cansado e estressado tem uma paciência mais curta, por isso essa crianças acabam sendo muito reativas também: se alguém dá um peteleco, ela já sai aos tapas; é uma criança que responde, fica muito brava, entra em crises de birra porque está cansada fisicamente e também mentalmente, pois isso a esgota.

A partir de que idade é possível perceber que uma criança tem TDAH?
A criança com a síndrome tem um comportamento peculiar, que pode ser observado a partir dos 4 anos, já que nessa idade a questão da atenção e da movimentação dela já é um pouco mais definida. Ela tem uma organização motora capaz de fazê-la ficar sentada por alguns períodos quietinha ou então ter uma movimentação razoável, e também já é capaz de prestar atenção. A atenção dela começa a se estabelecer e por isso é com essa idade que a criança começa a aprender as cores, as formas, etc., até que, aos seis anos, aquela que não tem o transtorno já está alfabetizada. Os casos ficam mais aparentes aos 7 anos, quando está na primeira série. A criança sem o transtorno vai para o recreio e corre, corre, corre. Depois volta para a sala, senta-se e começa a fazer a lição. Já a que apresenta TDAH volta para a sala e continua correndo. É preciso observar a quantidade do movimento, a profundidade e a quantidade de energia que é gasta o tempo todo, pois ela não pára mesmo.

Existem crianças que tem o TDAH mas não são hiperativas? Qual a diferença entre os casos?
Sim. As meninas em geral só têm transtorno de déficit de atenção. São aquelas meninas que sentam no fundo da classe, que a orientadora nunca viu, que são tidas como superboazinhas. O problema é que elas sofrem muito. Existem também os alunos que, além do déficit de atenção, apresentam hiperatividade; e, ainda, aqueles que são extremamente impulsivos. O problema disso é que, se isso for deixado para o futuro, a hiperatividade diminui. Então, quando a criança chega aproximadamente aos 14 anos, uma determinada região do cérebro, que é responsável pela hiperatividade, fica praticamente igual tanto nos hiperativos quanto nos não-hiperativos. Já em relação à questão da atenção, se não for feito nada pela pessoa, ela vai ficar cada vez mais prejudicada, porque a atenção é uma coisa voluntária que é preciso treinar para ter e, quando a pessoa não consegue treinar esse “prestar atenção”, esse selecionar e trocar estímulo, com o passar do tempo não ganha o hábito. Podemos fazer uma comparação com “escovar os dentes”. Embora seja uma ação automática, é necessário aprender a fazer para depois fazer bem sempre.

Tem cura?
A TDAH não tem cura. Ela é como o diabete: o portador da síndrome tem de aprender a conviver com ela. O que vemos nos consultórios de psicopedagogia é que a terapia sozinha, em muitos casos, dá muito certo. Por outro lado, há uma parcela de crianças que, depois de as atendermos de seis meses a um ano, podemos constatar que realmente precisam um exame médico para que seja receitada uma medicação adequada. A partir daí, podemos trabalhar apenas para ajudar a diminuir o sintoma. Caso contrário, não há como trabalhar com uma criança que não consegue prestar atenção e não consegue parar nem um pouco. Assim, é impossível fazer com que ela aprenda as funções básicas. A criança precisa desenvolver estratégias de pensamento, como qualquer um de nós. A diferença é que conseguimos fazer isso por nós mesmos, enquanto ela precisa de um caminho para isso. E essas crianças têm condições, porque, em sua maioria, são inteligentes, mas o fato é que algumas, por razões morfológicas, não conseguem desenvolver essas estratégias e, por isso, não são capazes de planejar e de prever uma conseqüência porque, para elas, essas coisas não estão concatenadas.

O tratamento deve ser feito apenas com crianças pequenas?
Não. Agora estou fazendo um trabalho diferenciado, com jovens e adultos hiperativos que sofrem bastante porque não tiveram, no passado, tratamento nenhum e têm dificuldade para lidar com seus sintomas. Realizo também um trabalho com pais de crianças com TDAH, porque mantê-las dentro de certos limites não á fácil, e é preciso que eles entendam bem o que é o transtorno, como ele acontece morfologicamente (na fisiologia da criança) e porque elas agem daquela forma. Aí certamente fica mais fácil para todos conviverem.

Em que casos os pais devem levar a criança para fazer uma avaliação com um psicopedagogo?
Quando percebem que o seu filho é distraído demais, que ele perde muitas coisas na escola, larga o material em qualquer canto, a todo momento dá uma resposta sem muito sentido ou agressiva, fica o tempo inteiro interrompendo todos e recebem muita reclamação na escola de que ele não pára na classe, não pára de falar, que o caderno dele está muito mal cuidado ou que a letra dele é ruim. Nesses casos, é preciso que os pais avaliem se ele tem vários desses sintomas e o comparem com outras crianças para saber se esses sintomas são excessivos. Se perceberem que a criança está com esses problemas, devem buscar ajuda correndo. Se, de 4 para 5 anos, a criança não começa a se acalmar, a prestar atenção, não consegue fazer uma seqüência correta, não consegue saber os meses do ano, não consegue decorar coisas desse nível, começa a ter dificuldade de ficar sentado a não ser que seja na frente da televisão, não se entretém ou quando se entretém faz um escândalo para mudar de atividade. Os pais devem fazer uma consulta com um psicopadagogo para iniciar um tratamento.

O uso de medicamentos é indicado em quais casos?
Tem alguns casos em que você olha para a criança e é explícito que não será possível trabalhar com ela sem diminuir o sintoma. Tomar ritalina é como tomar uma aspirina, passa a dor de cabeça, mas se você tiver uma infecção ela vai passar, mas não vai curar. Normalmente quando a hiperatividade é muito alta eu faço o diagnóstico e peço aos pais que levem a criança a um neurologista ou psiquiatra infantil. Em geral eu peço que encaminhe ao psiquiatra quando percebo outras comorbidades junto porque nesses casos a eles têm o humor muito oscilante, aparecem várias síndromes juntas e por isso tem muito disléxico que também tem TDAH e muita criança que também apresentam distúrbios de ansiedade ou bipolares. Essas comorbidades complicam muito o quadro aí é preciso dar uma sustentação diferenciada nesses casos. Quando a criança vem medicada para a terapia é possível trabalhar melhor e o tratamento vai mais depressa e de uma forma mais gostosa para a criança.

E esses medicamentos causam dependência?
Não, nenhum deles. A criança pode usar por um período menor ou maior sem problemas para ela. A ritalina, por exemplo, é receitada há 15 anos. O paciente toma por aqueles anos enquanto faz terapia, depois ele aprende alguns truques para se controlar e compensar os sintomas. O problema é que alguém disse algum dia que viciava, mas é o contrário.

Quais seriam esses “truques”?
O TDAH aprende a usar uma ou duas agendas, tem sempre uma de bolso e uma na mesa ou em casa. Aprende a usar quadro de avisos em casa, aprende a usar recursos que o faça lembrar dos compromissos, desde os mais simples como o aniversário de um familiar a festa de Natal. Caso contrario eles não lembram, eles precisam ter uma organização muito grande como uma secretária particular o tempo todo. É preciso criar um estilo de vida no qual esteja submetido aos próprios horários e às próprias necessidades dele sem que outros tenham que fazer isso por ele. São pessoas que vivem com lembretes, bipes para que consigam fazer suas coisas.

Por que não é recomendado o uso de medicamentos no fim de semana?
Porque normalmente nos fins de semana a criança não é submetida a atividades formais e o efeito que se pretende com o uso desses medicamentos é ter uma condição melhor de aproveitamento na educação formal ou quando nas sessões de terapia.

Professores que trabalham com crianças que tomam medicamentos devem ter algum cuidado especial?
Não, o tratamento deve ser igual. Eu gosto que o professor saiba do uso apenas para que ele aproveite os melhores horários do remédio, porque nós sabemos quais são eles. Dessa forma o professor pode fazer naquele horário as atividades que o aluno gosta menos e por conseqüência deixar para os outros, quando ele está mais agitado, as atividades que o aluno gosta mais. Assim o aproveitamento fica maior.

Quais as principais dificuldades na aprendizagem dessas crianças?
Metade dessas crianças não chegam a ter problemas de aprendizagem ao menos no início da vida escolar. Algumas chegam a ter problemas apenas lá pela 7ª série porque muitas apesar de desatentas, ou com uma leve hiperatividade elas conseguem com aulas particulares se sair bem. O que geralmente acontece é que não prestando atenção ela vai perdendo parte do conteúdo e todo conteúdo tem um pré-requisito e chega uma hora que a “bomba” explode. É muito difícil me recordar, entre todos os meus pacientes, um que não tenha reprovado ao menos uma vez, porque uma hora tem que acertar o relógio. O relógio biológico e emocional deles correm em tempos diferentes e a escola corre em um ritmo igual para todos, então tem um momento que é preciso zerar os ponteiros e começar de novo para que eles possam acompanhar. Agora, tem uma outra porcentagem que tem dificuldade de aprendizagem em diversos graus, mas normalmente as dificuldades deles são devidas as questões práxicas, a desatenção e a hiperatividade que não permite que a criança alcance na totalidade aquilo que lhe é ensinado. A questão da atenção é básica, se você não presta atenção, você não memoriza e essa é uma as teorias que apóiam que a dificuldade que essas crianças têm em começar a falar se dá pela falta de atenção que elas têm em ver e observar a forma que os pais falam, por exemplo.

Atualmente qual é o tratamento mais indicado nos casos de TDAH?
Temos vários tipos de abordagem, uma que é usada muito, principalmente na Europa é a terapia comportamental. Com ela você trabalha em um esquema como uma norma de jogo. Não que a criança vá ganhar um chocolate cada vez que ele fizer uma coisa certa, não é isso. Funciona assim: se estamos jogando temos que seguir uma norma, caso contrário o jogo termina. Então o que é buscado com esse tratamento é fazer com que a criança entenda a vida como um jogo que tem uma norma a ser seguida. Cada vez que ele ganha, que faz uma coisa certa, a princípio ele ganha várias coisas e com o tempo você o elogia menos, dá menos atenção, mas dá intermitentemente, uma vez agora depois duas vezes não. Então começamos o trabalho assim, deixamos ele se distrair um pouco e só chamamos a atenção da criança quando realmente o caso é grave, quando está em risco ou atrapalhando muito e deixamos para elogiar quando ele está parado.

De que maneira os pais também podem contribuir com o tratamento?
No geral o que acontece é que os pais dão atenção para as crianças quando estão fazendo bagunça, quando estão quietas é que é o momento de olhar o filho, sentar com ele, conversar com ele, olhar no olho dele, pegar no colo, dar carinho, jogar com ele, a criança precisa de troca, de afeto. Isso tudo ajuda muito no tratamento das crianças com TDAH, o suporte emocional porque normalmente elas são muito carentes porque o meio não é muito simpático com elas, acabam se sentindo rejeitadas por isso o afeto em casa pode ajudar a suprir esse sentimento delas.

Que tipo de orientações podemos dar aos professores para lidar com isso em sala de aula?
Eu penso que os professores por mais preparados que eles sejam devem em primeiro lugar procurar sempre estar se atualizando (leitura, palestras, grupos de estudos). Segundo, se você recebe um aluno disléxico você tem que entender um pouco daquilo então acho muito válido o professor pedir um auxílio para seu orientador para que tenha contato com o profissional que lida com aquela criança. Tenho certeza que o profissional terá muito prazer em auxililar, passar material, dar orientações de como lidar melhor com a criança. Então essa troca é muito importante principalmente para a criança. Afinal cada profissional na sua área pode ajudar com o comprometimento que os professores e os psicopedagogos têm com a vida dessas crianças.

Por Gizáh Szewczak


http://www.educacional.net/entrevistas/entrevista0126B.asp

Falta de maturidade pode ser confundida com TDAH













Falta de maturidade pode ser confundida com TDAH: crianças mais novas do que seus colegas de sala são erroneamente diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção



Uma nova pesquisa sugere que crianças mais novas do que seus colegas de classe são mais propensas a serem diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Segundo o estudo, que foi publicado na edição do mês de março do periódico Canadian Medical Association Jorunal, muitas vezes o aluno, por ser mais imaturo do que os outros, recebe um diagnóstico errado e tratamento desnecessário para o TDAH.

Para chegarem a essa conclusão, pesquisadores da Universidade British Columbia, no Canadá, acompanharam durante um ano mais de 900.000 crianças de 6 a 12 anos. Eles compararam jovens da mesma sala de aula que haviam nascido em janeiro com os que haviam nascido em dezembro, ou seja, que eram aproximadamente um ano mais novos do que os seus colegas de classe.
Resultados — Os meninos mais novos tiveram 30% mais chances de serem diagnosticados com TDAH e foram 41% mais prováveis de receberem o tratamento para o problema do que aqueles que eram quase um ano mais velhos. Entre as meninas, essas probabilidades foram, respectivamente, 70% e 77% maiores. De acordo com os pesquisadores, trata-se de um resultado curioso, já que os garotos têm três vezes mais riscos de sofrerem de TDAH do que as meninas.
“A falta de maturidade está sendo interpretada, muitas vezes, como um caso de TDAH”, afirma Richar Morrow, coordenador do estudo. Para os pesquisadores, tanto pais quanto professores e médicos devem ser cautelosos e estar cientes de que a imaturidade pode imitar alguns dos sintomas do TDAH. Além disso, para que a criança não seja prejudicada por diagnósticos errados, é preciso que o comportamento delas seja observado também fora do ambiente escolar.
Segundo estudo, as crianças mais jovens do que seus colegas de sala lutam mais contra a falta de atenção e o controle dos impulsos. Por isso, o diagnóstico do TDAH deve se basear em comparação com jovens da mesma idade e sexo. A pesquisa conclui que esses resultados reforçam a preocupação que deve existir em torno do excesso de diagnóstico e das consequências que ele pode provocar.

Fonte: Revista VEJA


http://memorialprofjulianomoreira.blogspot.com.br/2012/03/falta-de-maturidade-pode-ser-confundida.html

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Não Fuja da ansiedade.






1 - Não fuja da ansiedade
Como eu mencionei acima, fugir da ansiedade geralmente não é uma boa ideia. Na maioria das vezes, estados mais agudos de ansiedade tendem a passar por si só, uma vez que o corpo não consegue manter um estado de excitação nervosa por muito tempo. Quando você se engaja em qualquer comportamento de evitação, como por exemplo, sair do lugar onde está, ou deixar de fazer alguma coisa potencialmente ansiogênica, essa evitação tem dois efeitos: a diminuição imediata do estado de ansiedade, e a potencialização do poder ansiogênico daquela situação no futuro. Se você se sente levemente ansioso em um momento que necessita falar em público e opta por não fazê-lo, sua decisão te deixará mais tranquilo naquele momento, mas na próxima vez que precisar falar em público, essa ansiedade antecipatória será ainda maior.

O que acontece é que, ao engajar-se em evitação, você está exercitando um comportamento com função reguladora de ansiedade. E como tudo que se exercita, ele fica cada vez mais forte. A longo prazo, ele se torna tão poderoso que a sensação é de incapacidade de fazer as coisas. Por exemplo, os rituais compulsivos do transtorno obsessivo-compulsivo são reguladores de ansiedade. Por serem praticados centenas de vezes ao longo da vida, a pessoa com TOC descreve a sensação de não conseguir evitar se engajar nos rituais. Algo semelhante acontece com o consumo de substâncias que causam dependência.

Sendo assim, tome cuidado com os comportamentos cuja função é deixá-lo menos ansioso. Aprenda a aceitar a ansiedade, por mais contra-intuitivo que isso pareça ser.

2 - Não evoque ansiedade
No meu post anterior falei sobre o poder nocivo dos pensamentos. Vários pensamentos podem gerar ansiedade, como a antecipação de eventos importantes, a preocupação com o futuro, a interpretação negativa de eventos, ou "se eu ficar na academia posso passar mal". Até certo ponto é fácil controlar tais pensamentos, mas até certo ponto não. O fato é que tais pensamentos costumam ser de pouco utilidade prática para nós, e por esse motivo não há razão para deliberadamente se engajar em correntes de pensamento assim. Elas geram ansiedade. Evite-as. Troque tais pensamentos por outros menos ansiogênicos, como lembrar-se de algum filme que assistiu, o capítulo de ontem da novela, alguma música que gosta, etc.

3 - Organize-se
Existe uma forte relação entre imprevisibilidade e ansiedade. Não saber quando as coisas vão acontecer gera ansiedade, mesmo que tais eventos estejam sob seu controle. Se você tem liberdade para organizar o seu tempo, faça-o de forma antecipada, sistemática e rotineira. Tenha horários fixos para estudar, alimentar-se, dormir, para o lazer, etc. Por mais cômoda que a atitude do "vamos ver o que estou a fim de fazer agora" possa parecer, a falta de uma rotina de horários costuma gerar procrastinação, realização mal-feita das tarefas, e ansiedade.

4- Faça coisas que lhe tragam prazer
Após escrever esse subtítulo, paro por um momento para pensar no absurdo que acabei de escrever. “Faça coisas que lhe tragam prazer”. Será que é mesmo necessário pedir, dizer, ou até mandar que as pessoas façam coisas que gostem? A resposta muitas vezes é sim, infelizmente. Nossa cultura carrega um nível muito forte de masoquismo.

  • Comer é bom, por isso faz mal. Se a comida for boa, pior ainda. Quanto mais eu comer, maiores serão as consequências negativas.
  • Exercícios físicos, por outro lado, são chatos e cansativos, por isso fazem bem.
  • Trabalhar é cansativo, chato e desagradável, por isso faz bem. Devemos trabalhar o máximo possível.
  • Ficar em casa assistindo televisão é muito bom, ou seja, é perda de tempo.


É claro que esse masoquismo existe em níveis diferentes em pessoas diferentes, mas não é raro encontrar aqueles que se privam deliberada e conscientemente de qualquer coisa que lhes tragam prazer. Prazer faz bem. Pessoas com alto nível de privação de atividades prazerosas têm uma tendência alta de desenvolver problemas psicológicos. Elas começam a obter satisfação de formas desadaptadas. É o que acontece, por exemplo, com pessoas em estados avançados de depressão que começam a se cortar. Por mais incompreensível que pareça aos outros, cortar-se pode ser a única forma de obter algum tipo de satisfação na rotina daquela pessoa. Pessoas que se cortam descrevem uma sensação de alívio quando o fazem, e às vezes têm dificuldade para parar com esse hábito. Além desse exemplo um pouco extremo, existem outras maneiras mais sutis pelas quais obtem-se satisfação de uma forma que ao mesmo tempo nos trás prejuízos. Aprenda a dosar obrigações e lazer. Divirta-se.


Ainda que pareçam dicas bobas de revista feminina, estas estratégias simples são a base da manutenção de níveis saudáveis de ansiedade. Mais do que dicas, são habilidades a serem exercitadas. E como tudo que se exercita, elas ficam cada vez mais fortes. Os mais consagrados tratamentos psicológicos para os mais sérios dos transtornos psicológicos obedecem exatamente aos mesmos princípios descritos aqui. Mas a dificuldade do tratamento é maior, e a velocidade dos resultados é mais lenta quando os problemas de ansidade estão em estágios avançados. Previna-se.